O mês de julho foi de recorde no volume de financiamento do Crédito Produtivo, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SED), em 2017 até agora, atingindo R$2,5 milhões em recursos liberados.
O total representa mais do que o triplo da média de recursos liberados varia de R$700 mil a R$800 mil mensais, segundo o superintendente de Micro e Pequenas Empresas, Thiago Falbo.
“Foi um salto muito grande. A gente acredita que houve uma recuperação e o mercado tem tentado reagir a esse momento de dificuldade econômica no país. A taxa de juros já diminuiu bastante, acaba que isso coloca mais dinheiro no mercado e ajuda muito a retomada”, analisa.
O valor financiado por meio do empréstimo concedido via Goiás Fomento é de R$ 50 mil com uma baixa taxa de juros, de 0,8% ao mês. Desse total, 70% dos recursos são destinados para investimento na própria empresa -podendo ser revertido para despesas – e 30% são depositados na conta do empresário para aplicação como capital de giro. “Esse é um dinheiro que está sendo investido para aumentar a produção e o faturamento das empresas, gerando emprego e renda”, diz.
Empreender não é tarefa fácil, ainda mais quando se está começando. Que o diga Camila Moreira, que decidiu apostar no delicioso sabor do chocolate com toque gourmet e abriu as portas de uma franquia de brigaderia em Goiânia. O primeiro grande desafio do negócio foi a Páscoa deste ano. No entanto, a empresária precisava de capital de giro para comprar matéria-prima e ampliar o estoque. A saída foi um empréstimo do programa Crédito Produtivo, do Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SED), rápido e com baixa taxa de juros. “É a melhor taxa do mercado”, diz.
Podem requerer os recursos quem estiver enquadrado no Microempreendedor Individual (MEI), além de empresas de micro e pequeno porte e médias devidamente formalizadas e com a documentação regular. É preciso apresentar um imóvel de garantia ou um avalista.
O Curso Plano de Negócios realizado em parceria com o Sebrae para qualificação do empreendedor é pré-requisito -com validade de até três anos – para a tomada do empréstimo. Trata-se de uma capacitação rápida, de 12 horas-aula que percorre todos os 246 municípios goianos. A procura pelo curso também aumentou, conforme Falbo, que informa que a SED está ampliando a oferta principalmente para o interior para atender maior número de pessoas. Somente neste mês de agosto serão visitadas 30 cidades.
As turmas devem ser formadas por pelo menos 30 pessoas interessadas. “O Curso Plano de Negócios é um pré-requisito porque a gente acredita que se o empreendedor tem uma capacitação, ele vai conseguir aplicar melhor o recurso e consequentemente vai obter retorno”, comenta.
Mais de R$10,5 milhões liberados em sete meses de 2017
No acumulado de 2017, o Crédito Produtivo, da SED, liberou R$10,526 milhões em financiamentos para assinatura de 319 contratos, gerando 844 empregos declarados. Em 2016, foram R$ 5,932 milhões no total.
“Os empreendedores, pegando crédito, estão investindo nos seus negócios e grande parte deles gera pelo menos dois empregos”. Goiânia responde pela maior fatia – concentrando cerca de 44% do total de recursos.
Instituído em 2004, o Crédito Produtivo já injetou R$ 103 milhões na economia goiana e promoveu a capacitação de cerca de 160 mil empreendedores.
Thiago espera superar a marca de 2014, ano em que foi alcançado o maior volume de recursos até agora: R$21,4 milhões, anterior à crise financeira. O programa despertou interesse do governo do Acre, que enviará representantes para conhecer o modelo do projeto.
Condições
Além da linha de crédito convencional, cujo prazo de quitação é de 36 meses com carência de seis meses, também está disponível o financiamento para empresas interessadas em aderir à energia fotovoltaica (solar),com maior prazo de carência (12 meses) e de pagamento – 60 meses, em razão da estimativa mais prolongada de retorno financeiro. Atualmente, 20 mil pessoas estão aptas a pegar o crédito por já terem concluído o curso, segundo levantamento da SED.
“Desse total, 94% são micro e pequenas. Elas vão conseguir aumentar o faturamento, gerando renda e emprego e isso é de grande importância para o crescimento delas e para se manterem no mercado, evitando a falência”, finaliza.
Fonte: Goiás Agora