O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) recuou 1,48 por cento em junho sobre maio, fechando o segundo trimestre deste ano com queda de 1,20 por cento e indicando que a economia brasileira pode ter entrado em recessão no primeiro semestre do ano.
No primeiro trimestre, o IBC-Br recuou 0,02 por cento em relação aos três meses anteriores, número revisado nos dados divulgados nesta sexta-feira, de alta de 0,03 por cento informada anteriormente.
Ao mostrar dois semestres seguidos de contração, a economia entra em recessão técnica. O resultado de junho veio pior do que o esperado em pesquisa Reuters, cujas projeções indicavam recuo mensal de 1,30 por cento.
A queda de junho do indicador –considerado espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB)– foi a quinta seguida na comparação mensal, com contrações de 0,8 e 0,01 por cento em maio e em abril, respectivamente. Foi também o pior resultado mensal desde maio do ano passado.
Os números são mais uma indicação de perda de força da economia brasileira no segundo trimestre, já sinalizada pelos resultados do varejo e da indústria que, respectivamente, recuaram 2 e 0,6 por cento sobre o primeiro trimestre.
As expectativas dos especialistas, ouvidos em pesquisa Focus do BC, são de que o PIB crescerá apenas 0,81 por cento em 2014, bem aquém dos 2,5 por cento vistos em 2013. O cenário deste ano, em que a presidente Dilma Rousseff busca a reeleição, também envolve inflação e juros elevados, além de baixa confiança dos agentes econômicos.
Os dados oficiais do IBGE são de que o PIB cresceu apenas 0,2 por cento no primeiro trimestre sobre os últimos três meses de 2013. Mas boa parte dos analistas não descarta a possibilidade de que esse número seja revisado para mostrar contração, com a divulgação do resultado do PIB do segundo trimestre, marcada para o próximo dia 29.
O IBC-Br teve queda de 2,68 por cento na comparação com junho de 2013 e acumula alta de 1,41 por cento em 12 meses, ainda segundo dados dessazonalizados.
Fonte: Exame