Usados nos últimos anos para impulsionar o crédito a consumidores e empresas e financiar obras de infraestrutura, os bancos públicos estão no centro do debate nestas eleições. A candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT), aposta na emissão de dívida pública para capitalizar as instituições financeiras federais e na redução de juros liderada pelos bancos oficiais. Já Aécio Neves (PSDB) defende as parcerias público-privadas e o maior envolvimento do mercado financeiro para ampliar o financiamento privado no país.
Num cenário de baixo crescimento econômico, os bancos públicos foram os principais responsáveis pelo avanço do crédito. Segundo o Banco Central, o volume de crédito das instituições financeiras oficiais representava 19,04% do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas no país) em março de 2011. Em setembro deste ano, o montante correspondia a 30,08% do PIB. O crédito dos bancos privados, no entanto, ficou praticamente estagnado, passando de 26,35% para 26,68% do PIB na mesma comparação.
Parte do avanço dos bancos públicos foi obtida por meio da política de corte de juros nas linhas oficiais de crédito que entrou em vigor em 2012. A medida diminuiu o spread bancário – diferença entre as taxas cobradas do tomador final e as usadas para captar recursos –, mas a redução foi compensada pelo aumento no volume de empréstimos e financiamentos desses bancos.
Para o governo, a transferência de papéis do Tesouro aumenta o poder das linhas de crédito do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), que financia a compra de bens de capital (máquinas e equipamentos usados na produção), exportações e investimentos em inovação. Essa política, no entanto, é criticada pela oposição por aumentar a dívida bruta do Tesouro Nacional.
No programa de governo, o candidato Aécio Neves (PSDB) considera que a emissão de títulos públicos para bancos oficiais pressiona os juros da economia para cima e põe em risco a administração da dívida pública interna. O texto expressa ainda preocupação com eventuais critérios políticos na concessão de empréstimos oficiais, que beneficiariam empresas aliadas em vez de aumentar o crescimento da economia.
Fonte: Agência Brasil