Desde o início, José Mário disse que a decisão do governo estadual trará malefícios à economia goiana em médio e longo prazo

Após grande mobilização por parte do setor produtivo e representantes da agropecuária goiana, o governo estadual suspendeu no dia 26 de fevereiro a nova tributação da soja e do milho em Goiás. Em reunião de portas fechadas, o governador Marconi Perillo recebeu os presidentes da Federação de Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), José Mário Schreiner, e da Associação dos Produtores de Soja de Goiás (Aprosoja Goiás), Bartolomeu Braz, e decidiu suspender o decreto nº 8.548. Marconi se sensibilizou com a bandeira do setor, visto que a agropecuária tem sido responsável por empurrar a engrenagem da economia goiana.

O governador também disse que sempre esteve ao lado do setor produtivo e que neste momento não poderia deixar de abrir um debate em busca de um equilíbrio. O próximo passo é iniciar uma discussão com o novo secretário Estadual de Desenvolvimento (SED), Thiago Peixoto e com a secretária da Fazenda (Sefaz), Ana Carla Abrão. “Ao ouvir as explicações e justificativas dos produtores rurais, das entidades agropecuárias e das indústrias, Marconi mostrou que é um verdadeiro estadista. Em seguida, tomou a sensata decisão de suspender o decreto: uma medida necessária”, sublinhou o presidente da Faeg.

José Mário já havia deixado claro que repudia qualquer aumento ou determinação de novos tributos. A alteração, divulgada pela Secretaria da Fazenda, determina que o ICMS seja cobrado sempre que o produto agrícola, destinado à industrialização não passar pelo processo industrial antes de deixar o estado. Diante da mudança, Schreiner faz questão de ratificar: “as pessoas importam produtos, não impostos”. Agora, com a conquista, ele destacou a importância da união do setor e dos deputados que apoiaram a causa. “A participação de todos foi importantíssima. Agora nós só temos a agradecer aqueles que entenderam e atenderam os anseios da classe produtora rural, colocando Goiás de volta ao eixo da competitividade do Brasil”, pontuou Schreiner.

Segundo Schreiner, alterar as condições de mercado atuais pode inviabilizar a absorção futura destas ampliações da produção, fato que pode ocorrer com esta medida, prejudicando não somente o produtor rural, mas, toda a economia do estado. Atualmente, 70% da soja produzida no estado é processada aqui, agregando valor no produto, que vira farelo, óleo, ou ração animal. Isso coloca Goiás à frente de outros estados.

José Mário fez questão de destacar que agora é hora de pensar em um novo desafio: buscar a construção de um projeto que atenda tanto aos anseios da classe produtora rural – principalmente de soja e milho – quanto do governo. Por fim, ratificou a importância do envolvimento de entidades como a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), a Associação dos Produtores de Soja do Brasil (Aprosoja) e de todas as Federações que estiveram em Brasília durante reunião na qual discutiu-se a gravidade da taxação.

Fonte: Faeg, por Michelle Rabelo e Murillo Soares. Foto: Larissa Melo

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