A programação da tarde do III SINCASP desta quinta-feira, 12, contou com a ministração das palestras do professor Rodrigo Zanzoni e Arnaldo Duarte. Com o tema “Evidenciação (disclosure): Requisito Essencial para o Objetivo da Ciência Contábil”, Zanzoni abordou a importância da Evidenciação no processo dos registros contábeis, tanto na contabilidade pública quanto na privada. “A Evidenciação visa apresentar as informações escritas na contabilidade, para que seus usuários possam usá-las e tomar decisões. Esse é um ramo da teoria da contabilidade que discute o avanço das melhores formas de se fazer a evidenciação dos registros contábeis. Quando o registro tem falhas, a evidenciação terá falhas. Quando o registro é bem feito, a evidenciação tende a ser bem-feita”.

Embora o palestrante tenha ressaltado a importância da Evidenciação, ainda há dificuldades para sua aplicação no setor público, como informa Zanzoni. “Existe uma preocupação aquém do que deveria existir para o setor público com relação ao quesito da evidenciação na contabilidade, porque como no setor privado a evidenciação representa uma série de decisões de grande porte, que vão impactar pessoas e organizações, existe uma preocupação muito grande pela evidenciação de qualidade. No setor público esta cultura ainda não está tão enraizada, por isso que trazemos esse tema ao SINCASP por conta da necessidade de se avançar nas discussões, no aprendizado, na atenção à evidenciação”, reforça.

Rodrigo Zanzoni declarou que a preocupação pela aplicação da evidenciação no setor público não tira o fato de que esta prática contábil tem crescido no decorrer dos últimos anos. “De forma nítida nós ainda conseguimos observar um desenvolvimento da evidenciação nos últimos anos, principalmente de 2008 para cá, pois temos no Brasil um órgão que tem a obrigação legal de difundir essas melhores práticas, que é a Secretaria de Tesouro Nacional. Ela tem feito isso com primazia editando manuais, orientações, interpretações, que são muito importantes para a qualidade da evidenciação. O que precisa acontecer é o aculturamento do contador em usar essas informações. Temos um grande ganho, por outro lado temos ainda um usuário que não ainda não tem a cultura de usar essas informações”, conclui.

Ainda no período da tarde, o especialista em Finanças e Controladoria, Arnaldo Duarte, ministrou uma palestra sobre “Fraudes, Corrupção e a Contabilidade Criativa: A importância da Auditoria na Contabilidade Pública”. Inicialmente, Arnaldo afirmou que a auditoria faz parte da contabilidade, sendo esta a ciência da evidenciação. “Nós, contadores, somos responsáveis pela informação correta, clara e compreensível por parte de toda a sociedade, principalmente a fim de gestão pública, pois serão esses gestores que vão implantar as chamadas políticas públicas”.

Ainda de acordo com Duarte, a capacitação é mais do que necessária para evitar riscos profissionais. “O risco que existe é de a gente não conseguir identificar, por falta de conhecimento, um desvio, uma fraude, uma malversação, uma não correta aplicação de um recurso público que é útil para uma política pública”, aponta.

Por fim, o especialista explicou o conceito do item ministrado durante a palestra: Contabilidade Criativa. “A Contabilidade Criativa tem origem inglesa, mas veio para o Brasil e se deformou, sendo então vista como fraude, quando a primeira ideia dela era retratar o que realmente o fato contábil queria representar. A Contabilidade Criativa dentro da Contabilidade Pública significa que nós, enquanto profissionais, devemos estar cientes de como a contabilidade deve ser feita. A contabilidade é regida por Lei, mas por ser ciência ela também é regida por princípios. Esses são os dois referenciais para o profissional da contabilidade: princípios e Lei”, finalizou.

Fonte: Assessoria de Imprensa CRCGO – Izadora Louise

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