Profissional deixou de ser burocrático e passou a ser gestor

Almeida diz que especialistas da área estão mais requisitados/Alisson J. SilvaICMS, ISS, Cofins, IRPJ, IPI, encargos trabalhistas e previdenciários…Quando o assunto é gestão, o que não faltam são siglas, impostos e preocupações financeiras para ocupar a cabeça dos administradores, sejam eles do setor público ou privado. A missão, no entanto, poderia ser muito mais complicada se não houvesse com quem compartilhar tantas atribuições. Antes visto somente como mais uma “peça na engrenagem”, o contador tornou­se esse aliado e passou a ser considerado, hoje em dia, essencial para o desenvolvimento de qualquer empresa ou instituição do Brasil. Motivo mais que suficiente para, nesta segunda­feira, 25 de abril, comemorar o Dia do Profissional da Contabilidade. Nas últimas duas décadas, as Ciências Contábeis vêm ganhando gradualmente mais espaço no mercado nacional como um todo.

A necessidade dos empresários por informações cada vez mais precisas e imediatas sobre a saúde financeira de seu negócio, além da rápida dinâmica que tem norteado as economias globais com o advento da internet, têm feito com que as instituições busquem estar sempre alinhadas com a Contabilidade. O contador deixa de ser o profissional da burocracia para assumir a condição de gestor. “O contador é hoje, junto com o dono da empresa, o gestor. Ao interpretar as informações, ele ajuda no processo de tomada de decisões da empresa porque consegue diagnosticar como está a situação interna, tem conhecimento dos meios de apuração e norteia o empresário ao demonstrar como o seu negócio pode melhorar ou o que deve ser corrigido para que volte a crescer”, avalia o presidente do Sindicato das Empresas de Consultoria, Assessoramento, Perícias, Informações, Pesquisas e Empresas de Serviços Contábeis no Estado de Minas Gerais (Sescon­MG), Sauro Henrique de Almeida. Com a crise econômica que atravessa o Brasil, os profissionais de contabilidade têm sido ainda mais requisitados e se tornado peça­chave dentro das empresas. Precisando cortar custos, ajustar as contas e se readequar à nova realidade para garantir a manutenção no mercado, muitas instituições têm recorrido mais do que nunca ao serviço contábil.

Prova disso é que o contador frequentemente tem aparecido nas listas das profissões em alta do momento, elaboradas por empresas de recrutamento. De acordo com dados do Conselho Federal de Contabilidade, hoje há 527.438 profissionais ativos e 52.820 organizações contábeis registrados nos conselhos regionais espalhados pelos 26 estados brasileiros e o Distrito Federal. Minas Gerais é o terceiro estado com maior número de profissionais, 56.482, entre contadores e técnicos, representando 10,71% do total do País. O primeiro é São Paulo (148.788), seguido do Rio de Janeiro (56.645). Já em termos de organizações contábeis, o Estado mineiro é o segundo (5.642), ficando atrás somente de São Paulo (15.760). Criada no Brasil em 1945, a graduação em Ciências Contábeis, na análise de Almeida, serviu para melhorar a qualidade do curso e, mais ainda, para estabelecer a condição de gestor do contador. Agora, a ampla legislação em diversos segmentos tem levado o profissional a uma outra tendência, a da especialização, que deve permanecer nos próximos anos.

“Hoje o contador está mais segmentado, atuando em áreas específicas como a tributária ou terceiro setor, previdenciária e indústria. Exatamente pela diversidade que temos na legislação, esse profissional tem se especializado a cada dia para atender a um perfil específico de empresa”. As constantes mudanças na legislação, principalmente na fiscal, por outro lado, têm sido um dos grandes desafios do contador brasileiro.

O presidente do Sescon­MG lembra que o profissional depende diretamente da legislação para executar o seu trabalho, o que o obriga a estar o tempo todo atento às modificações na lei. Outra dificuldade, considerada praticamente superada pelo especialista, diz respeito às novas tecnologias, que alteraram profundamente a dinâmica da profissão. Na visão de Almeida, a adoção de ferramentas como a Internet, ao invés de um empecilho, foi fundamental para a evolução da contabilidade, e os profissionais têm se adaptado bem a nova forma de trabalho. “O contador que tem as informações on­line é muito valorizado. A tecnologia permite o acesso mais fácil e respostas mais rápidas àquilo que o empresário precisa. O próprio governo, no seu controle, exige isso. Hoje é tudo em tempo real. E se você não trabalhar assim, estará fora do mercado, porque o mundo é dinâmico e não dá mais para esperar. Tem de ser o agora”.

Fonte: Diário do Comércio – MG – Por: Gabriela Pedroso

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