São Paulo – Com o ambiente de crédito restritivo nos grandes bancos para micro e pequenos negócios, os empresários buscam alternativas e apostam em empréstimos de longo prazo e na gestão do fluxo de caixa.

A melhor gestão de caixa pode controlar melhor o descompasso entre o recebimento dos valores das vendas a prazo com cartão (cujo recebimento demora mais de 30 dias) com a necessidade de capital de giro no dia a dia das pequenas empresas.

Segundo Marcelo Monteiro, diretor de novos negócios da PH3A, apesar do planejamento financeiro ser crucial, o baixo momento da atividade econômica pode trazer problemas no fluxo de caixa, e as empresas acabam transferindo o problema para seus fornecedores ou clientes.

“A antecipação de recebíveis é uma saída, mas além do custo, está difícil de os bancos liberarem. As micro e pequenas empresas são o elo frágil de uma cadeia, e não costumam ter estrutura para aguentar um período muito longo de problemas, o que na visão do banco só agrava o risco de uma inadimplência”, diz.

Dados do Banco Central (BC) apontam uma redução de 9,2% na concessão de crédito para pessoas jurídicas em junho, em comparação a igual mês do ano passado.

De acordo com Maria Teresa Fornea, diretora do Conglomerado Financeiro Barigui e colaboradora do Amigo PME, a tendência é que os empresários apostem em empréstimos mais baratos e de longo prazo.

“Uma alternativa é o crédito com garantia de imóvel para conseguir créditos com prazos de até 10 anos, com taxas de 1,2% ao mês. É um risco que deve ser considerado, mas é uma garantia real e induz o banco oferecer melhores condições”, completa a diretora.

Concorrência

Segundo Fabrício Costa, diretor de novos negócios na Equals, há um movimento do BC para trazer bancos médios ao mercado de recebíveis, como forma de aumentar a concorrência e melhorar as taxas oferecidas às empresas.

“A expectativa é que ainda este ano isso se concretize. Até lá, a conferência e gestão do caixa, contabilização de vendas, auditorias de contrato do cartão e controle sobre o chargeback [quando o cliente não reconhece a compra e o valor é debitado do lojista], é muito importante”, afirma Costa.

“O compasso é de espera, mas é preciso preparo porque o ambiente de crédito difícil ainda dura por mais um tempo. O risco do empréstimo é do sócio e além de uma análise mais forte sobre isso, os bancos ainda esperarão melhores sinais da economia para liberarem as concessões” conclui Marcelo Monteiro, da PH3A.

 

Fonte: DCI – SP – Por: Isabela Bolzani

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