Levantamento da PWC indica que desde janeiro aumentou o número de empresas com áreas dedicadas à implantação do eSocial
SÃO PAULO – Apesar da falta de um calendário oficial sobre o início da obrigatoriedade do eSocial, desde o início deste ano cresceu o número de empresas com equipes dedicadas à implantação do projeto.
Uma pesquisa da consultoria PricewaterhouseCoopers (PWC) com diretores de recursos humanos e executivos financeiros (CFO) associados ao Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef) mostra que entre janeiro e março deste ano aumentou de 42% para 51,3% o porcentual de empresas conscientes e comprometidas com as exigências do eSocial e que, inclusive, definiram uma estrutura interna dedicada à implantação do projeto.
O eSocial é o sistema que unifica em um único ambiente online a prestação de informações fiscais, trabalhistas e previdenciárias das empresas para o governo. Apesar de não alterar as obrigações previstas em lei, muitas empresas temem o eSocial em função da necessidade de investimentos em tecnologia e da alteração de processos internos. Outra reclamação é a falta de um calendário oficial viável para a implantação.
No atual estágio, grandes empresas teriam que se adequar a partir de outubro deste ano. Já a data para pequenas e médias está em negociação.
Pesquisa. Das 50 empresas que participaram da pesquisa da PWC, a maior parte tem mais de 500 funcionários e é da área de prestação de serviços e de indústrias dos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Paraná e Rio Grande do Sul.
O setor de recursos humanos, mostra a pesquisa, lidera a implantação do eSocial na maioria das empresas. Por outro lado, o jurídico é o que menos participa do processo.
O gerente sênior da PWC Carlos Santiago, responsável pela pesquisa, destaca que é importante a integração entre as áreas das empresas para o sucesso da adequação ao eSocial. Além de RH e jurídico, tecnologia da informação, contabilidade, fiscal e segurança da informação são áreas envolvidas.
Processos internos (56%), mudança cultural (47%), sistemas e tecnologia (39%) são os pontos que as empresas acreditam que terão mais dificuldade em lidar.
Após a implantação do eSocial, as principais preocupações que as empresas acreditam que terão são: manutenção da qualidade dos dados e das bases de informação (46%), cumprimento das obrigações no prazo (43%) e aumento dos custos (43%), segundo a pesquisa.
“O desafio não é o primeiro envio de dados, e sim a qualidade e o fluxo que deverão funcionar 100% depois”, diz Carlos Santiago.
Mas nem tudo é problema. Dentre os benefícios esperados pelas empresas após a adequação ao eSocial, metade dos pesquisados acreditam que o cumprimento da legislação trabalhista, previdenciária, social e fiscal melhorará. Ao mesmo tempo, 46% preveem maior eficiência dos processos e 36% esperam eliminar erros e reduzir os custos operacionais para o cumprimento das obrigações acessórias. Dentre os menos otimistas, 36% ainda não vislumbram os benefícios.
Pesquisa eSocial
Você acredita que sua empresa está consciente e comprometida com as necessidades do eSocial?
Sim, inclusive foi definida uma estrutura dedicada para a implantação
Janeiro/2014 – 42%
Março/2014 – 51,3%
Parcialmente, pois aguarda o cronograma definitivo de implantação
Janeiro/2014 – 35%
Março/2014 – 30,8%
Não, a minha empresa ainda não iniciou o projeto interno para a adequação ao eSocial
Janeiro/2014 – 21%
Março/2014 – 12,8%
Acompanha a distância, pois entende que o software da folha de pagamento atenderá a todas as necessidades
Janeiro/2014 – 2%
Março/2014 – 5,1%
Fonte: O Estado de S.Paulo, por Mariana Congo