A recessão é uma fase de contração no ciclo econômico, isto é, de retração geral na atividade econômica por certo período de tempo, com queda no nível da produção (medida pelo Produto Interno Bruto) e de investimento. Enquanto que inflação é o aumento no nível geral dos preços. Portanto a recessão é eminente na economia brasileira. A volta da inflação, o baixo consumo e produtividade também são sinais de alerta e no nosso caso, a crise da água e da energia contribuem para que a recessão se instale novamente no Brasil.
É necessário conviver com a recessão com cautela e seriedade, mas acima de tudo com criatividade e otimismo.
A palavra empreendedor (entrepreneur) surgiu na França por volta dos séculos 17 e 18 com o objetivo de designar aquelas pessoas ousadas que estimulavam o progresso econômico, mediante novas e melhores formas de agir. Segundo o economista Joseph Schumpeter (1945), empreendedor é alguém versátil, que possui as habilidades técnicas para saber produzir. O empreendedor tem como característica básica o espírito criativo e pesquisador. Ele está constantemente buscando novos caminhos e novas soluções, sempre tendo em vista as necessidades das pessoas.
Identificar oportunidades, agarrá-las e buscar os recursos para transformá-las em negócio lucrativo. Esse é o papel do empreendedor. Tenho me perguntado: até que ponto as crises não geram oportunidades? O empreendedorismo tem sido uma fonte inesgotável de exemplo de quem deseja enfrentar crises abrindo seu próprio negócio. É lógico que não é fácil, as pessoas de uma maneira geral tendem a acreditar que um emprego fixo é sempre mais seguro, e muitas vezes perdem a chance de uma grande mudança e por que não dizer, de se tornar um grande empresário. Cabe a cada um de nós interpretar o que está acontecendo. Claro que sabedoria, prudência e planejamento fazem parte do sucesso do empreendedorismo. Mas a verdade é que crises geralmente são fontes de oportunidades.
Como presidente da GoiásFomento, instituição financeira estadual, criada para financiar essas “oportunidades”, tenho presenciado diferentes atitudes por parte de nossos clientes, empreendedores, que sabem o que é montar sua própria empresa e como investir para que ela se torne uma marca, uma concorrente forte no mercado empresarial. Não temem as crises, ao contrário, conseguem transformá-las em oportunidades através da criatividade.
Nesse momento nada mais importante do que nos reportarmos aos orientais, que sempre souberam e sabem aproveitar os momentos caóticos para transformá-los em mudanças prósperas. A palavra crise, quando escrita em logogramas, compõe-se de dois caracteres: um representa perigo e o outro, oportunidade.
Humberto Tannús Júnior é economista e presidente da GoiásFomento
Fonte: O Popular, 26/03/2015