Diretor do IBPT, Alexandre Fiorot, garante que tabela do IR deste ano desfavorece os trabalhadores mais pobres
No Brasil não é novidade que os contribuintes pagam mais impostos do que deveriam. São cerca de cinco meses trabalhados para “dar” aproximadamente 41% da renda aos cofres públicos. E com o Imposto de Renda Pessoa Física – IRPF o cenário não é diferente: neste ano só estará isento de prestar contas com o leão quem teve renda de até R$ 1.903,98.
A primeira faixa salarial vai de R$ 1.903,99 até R$ 2.826,65, cuja alíquota é 7,5% e a parcela a deduzir do IR é de R$ 142,80. Já a segunda, cuja taxa é de 15%, contempla os contribuintes que receberam R$ 2.826 a R$ 3.751,05.
A terceira faixa, de R$ 3.751,06 até R$ 4.664,68 tem alíquota de 22,5% e acima de R$ 4.664,68, a taxa é de 27,5%. Para o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação – IBPT, com a disparada da inflação em 2015, que atingiu 10,67% de acordo com o índice de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA, considerado o maior valor em 13 anos, houve uma enorme defasagem da tabela do IR, cuja correção média foi calculada pelo poder executivo em 5,6% no ano passado.
Segundo o IBPT, por causa da inflação, o ideal seria que a primeira faixa do Imposto de Renda fosse de 3.250,29 a R$ 4.871,18, com alíquota 15%; a segunda de R$ 4.781,19 a R$ 6.494,94, com taxa de 22,5%; a terceira de R$ 6.494,95 a R$ 8.115,61, com 27,5%; e a última com valores superiores a R$ 8.115,61.
Para o diretor regional do IBPT, Alexandre Fiorot, a tabela do IR deste ano desfavorece os trabalhadores que ganham menos salário. Em sua opinião, a população mais carente paga o mesmo valor de imposto que aquele cidadão que tem um maior poder aquisitivo, contribuindo para que nossa carga tributária seja cada vez mais alta: “Enquanto as classes mais baixas saem da isenção ou mudam de faixa, os mais ricos continuam na mesma, de 27,5%. Nós, do IBPT, lutamos para que a tabela do IR seja atualizada anualmente, acompanhando a inflação. Todos os anos, o governo federal tem um falso discurso e aplica um aumento disfarçado do Imposto de Renda”, analisa.
O diretor do IBPT argumenta ainda que a falta de uma correção justa da tabela do IR pelo índice da inflação faz com que o brasileiro pague, neste ano, bem mais imposto do que no ano passado.
Veja abaixo a tabela do IR 2016, válida para o ano-calendário 2015:
Fonte: De Léon Comunicações, por Danielle Ruas