O Conselho Regional de Contabilidade de Goiás (CRC-GO), promoveu na última sexta-feira o IX Fórum da Mulher Contabilista de Goiás. O evento reuniu aproximadamente 200 pessoas, em sua maioria formada pelo público feminino para tratar sobre o Empreendedorismo na Era Digital. Entre os participantes, as conselheiras e integrantes das Comissões da Mulher dos CRCs de São Paulo, Ana Maria Costa, Ceará, Sâmia Menezes de Almeida, Rio de Janeiro, Sônia Regina Cardoso Barbosa, e do Rio Grande do Sul, Soeli Maria Rinaldi. De acordo com a vice-presidente de Controle Interno, Maria Luzia da Silveira Rodrigues, presidente da Comissão Projeto Mulher Contabilista, o evento, que acontece a cada dois anos, tem como objetivo inserir cada vez mais a mulher no contexto contábil, formado quase que em grande parte pelo público masculino. “O tema escolhido reflete a característica da mulher em empreender. Dados revelam que a mulher tem se destacado neste segmento por sua coragem e dedicação. E associar o empreendedorismo a era digital é trazer nosso público para o ambiente moderno em que vivemos, o qual está passando por um momento de digitalização quase que total”, afirmou.

A conselheira Silvana Aparecida Carneiro, membro da Comissão da Mulher, veio de Rio Verde para prestigiar o evento. Ela concorda com Maria Luzia e acrescenta que buscar conhecimento constante proporciona diferencial profissional. “Temos que participar, nos desprender de antigos paradigmas e despertar o nosso lado empresarial”. Em seu discurso, o presidente do CRC-GO, Elione Cipriano, enfatizou que a persistência e a coragem devem ser companheiras dentro de uma história de sucesso profissional. “A honestidade e o comprometimento ético estão, ainda, acima dessas coisas. E a agilidade e competência são consequências para quem decidiu ser o melhor no que faz”, disse agradecendo a presença feminina.

A palestra de abertura ficou sob os cuidados da empresária gaúcha Deb Xavier, que abordou o Empreendedorismo Feminino. Segundo ela, a mulher a busca sempre um preparo maior, seja com mais estudo ou referências. “Isso explica a menor taxa de falência entre as empresas fundadas por mulheres”, enfatizou, apontando que a mulher moderna quer realização profissional, não basta o sucesso pessoal. “Porém, a busca pela realização em outros âmbitos requer mais trabalho”. Deb também fez um parâmetros para os novos nichos de mercado para investimento e suas possibilidades de ganhos reais, além de apresentar o mundo digitalizado a ser desbravado.

O segundo momento ficou nas mãos do palestrante Fábio da Silva e Almeida que apresentou em palestra duas vertentes: o contexto tributário nacional e o eSocial, projeto do governo que irá levar para o ambiente eletrônico toda a folha de pagamento. Ele levantou os principais problemas enfrentados pelos profissionais contabilistas e esclareceu que o eSocial veio para mudar a relação do funcionário com a empresa e o modo de como a empresa se relaciona com o fisco.  Segundo ele, a principal dificuldade enfrentada é a adaptação ao sistema, uma vez que a maioria das empresas não está preparada para se adequar às formalidades. “Ou seja, a mudança maior será na cultura interna da empresa, relacionada aos processos, controles, procedimentos e sistemas internos. A adaptação será fundamental”, enfatiza, aconselhando que a realização do mapeamento e definição de tarefas e seus responsáveis serão primordiais para que não haja problemas futuros. “O risco maior é para quem trabalha na área, uma vez que quem não efetuar corretamente os procedimento terá problema tributário no futuro. Façamos cumprir a lei”. A diretora da Associação Comercial, Industrial e de Serviços do Estado de Goiás, Eliene Mendes de Oliveira Feitosa, também participou do evento e ressaltou que a iniciativa de conseguir tirar a mulher do ambiente de trabalho deve ser reconhecida, uma vez que a mesma, pelo excesso de cuidado e dedicação, muitas vezes deixa de se dedicar à parte pessoal. “E eventos como este injetam um pouco de coragem e desperta novos horizontes na mulher”.

No período da tarde, a especialista em Gestão de Pessoas, Denise Nascimento Silva, participou do Talk Show onde foram discutidos os múltiplos papéis da mulher moderna. “Nós temos que viver conscientemente, sem nos vitimizar com os nossos medos”, disse na conversa que teve início às 14 horas. Já a consultora de Estilo & Imagem, a argentina Maria Júlia Costa, ressaltou a importância da mulher continuar incentivando à feminilidade, ainda que em meio à correria do dia a dia e da ‘masculização’ de determinadas profissões. “Muitas mulheres aqui estão quebrando paradigmas, já que a contabilidade ainda é uma área tão conservadora e masculina”, lembrou. Maria Júlia, parabenizou o CRC-GO pela iniciativa de levar tais conhecimentos às contabilistas, sendo assim um agente de desenvolvimento. “Estamos agregando aqui muitos valores. Elas precisam compreender que trabalhar com a imagem não é trabalhar com futilidades. Pelo contrário, é cuidar da autoestima e da própria felicidade”, afirmou. Patrícia Marchado de Souza foi a intermediadora no Talk Show que durou até às 16 horas, seguindo de um coffe-break. “A atitude do CRC-GO em promover encontro como esses é enorme. Aqui a mulher teve a oportunidade de sair da realidade por algumas horas e se vê refletida nas palestras. Sem contar que conversando com outras contabilistas, a mulher deixa de ter a sensação de que os problemas da profissão e vida pessoal só acontecem com ela. Então está sendo muito gratificante para mim”, afirmou.

O último assunto foi abordado pela psicóloga Fátima Lopes, que falou sobre o resgate da autoestima do profissional. Ela associou a sonoridade da palavra “contador” a “quanta dor” e tratou logo de resgatar na profissão o que ela tem de melhor e maior: uma das melhores do mundo em termos de reconhecimento. “Eu, enquanto profissional, preciso detectar e ter essa percepção. Então não vamos mais dizer ‘sou um contador’, sou um executivo contábil”, brincou com o público. Apesar da cultura arcaica enfrentada pelas profissionais da área, ela frisou que o momento foi oportuno para retomar a representatividade da mulher no segmento que vem somar conhecimento com todo seu dinamismo. Para finalizar, ela ressaltou que ninguém motiva ninguém. “Eventos e livros auxiliam, porém a verdadeira motivação é intrínseca, vem de dentro pra fora, então é importante que reconheçam o nosso trabalho”. E deixou uma pergunta para reflexão de todas presentes: “Você faz o que gosta ou gosta do que faz?”, lembrando que só vai fazer o que gosta quem reconhecer o seu valor.

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Fonte: CRC-GO
Data da publicação: 21/05/14

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