Pesquisa do Boa Vista SPC aponta que 91% das falências decretadas em 2015 foram das pequenas empresas

Curitiba – Os pedidos de falência tiveram alta de 36,0% no acumulado do primeiro bimestre de 2016, comparado ao mesmo período de 2015. A pesquisa é nacional e realizada pela Boa Vista SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito). Em fevereiro, o número de pedidos de falências aumentou 30,5% na comparação com janeiro e 76,3% em relação a fevereiro de 2015. O economista da Boa Vista Flávio Calife disse que os índices surpreenderam. “Estão acima do que a gente esperava”, afirmou. No acumulado do ano passado, os pedidos de falência cresceram 16% no Brasil. Para Calife, ainda é cedo para dizer que esse alto índice pode virar uma tendência em 2016, pois as amostras trazem informações somente de dois meses.

O indicador de falências e de recuperações judiciais é feito com base na apuração dos dados mensais de falências (requeridas e decretadas) registradas na base de dados da Boa Vista e oriundas de fóruns, varas de falências e dos Diários Oficiais e da Justiça dos Estados. As pequenas e médias empresas foram as mais afetadas, lembrou o economista.

No ano passado, as pequenas empresas foram alvo de 83% dos pedidos de falência, enquanto as médias ficaram com 14%, e as grandes empresas com 3%. Quanto às falências decretadas, 91% são de pequenas empresas, 8% de médias e 1% de grandes. Ainda em 2015, 90% dos pedidos de recuperação judicial partiram de pequenas empresas, 8% de médias e 2% de grandes. O setor de serviços foi o que representou mais casos nos pedidos de falência (41%), seguido do setor industrial (35%) e do comércio (24%). No entanto, Calife comentou que o índice vem crescendo mais no comércio.

No acumulado do bimestre, as falências decretadas permaneceram estáveis em relação ao período anterior. Na comparação interanual, recuaram 9,1% e subiram 30,4% ante o mês anterior. Os pedidos de recuperação judicial e as recuperações judiciais deferidas, no acumulado do bimestre, também seguiram tendência de alta, registrando 216,0% e 181,5%, respectivamente.

A Boa Vista avaliou que os fatores que prejudicaram o desempenho das empresas ao longo de 2015, como a fraca atividade econômica, os elevados custos e a restrição ao crédito, ainda deverão ser observados em 2016.

Fonte: Folha Web

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